quarta-feira, 29 de junho de 2011

A Dor das Palavras

No papel jogo palavras,
Ouço-as.
Caem como gotas d’água,
Leves.
Porém pesadas como a dor
Como a dor da verdade,
Vaidade!
Esconder de si mesmo
Pois a mentira queima menos
Veremos,
Se a verdade não lhe cai
Como ácido.
Corroendo-lhe a pele
E tudo o que há por dentro.

domingo, 22 de maio de 2011

27-02-2011


São tantas noites frias que se tornam quentes, noites que poderiam ter sido, assim como muitas outras, esquecidas no vazio imenso das coisas insignificantes.
Das poucas noites, frias e quentes, que não foram esquecidas, que não foram em vão, me recordo muito bem dessa, lembro de cada segundo, lembro de cada toque, lembro de cada olhar.
Era dia vinte e sete de Fevereiro de dois mil e onze, por volta de uma hora da manhã, estávamos numa pedra, estávamos na NOSSA pedra, na NOSSA praia, de baixo da NOSSA estrela. A cidade estava linda, iluminada, a praia estava linda, apagada, sendo iluminada apenas pela lua e pela luz dos prédios que nos assistiam.
Éramos somente nós ali, a sós, e quem passava pela calçada, simplesmente não existia.
Havia a tensão, como duas crianças esperando pelo primeiro beijo. O medo, a ansiedade, a pressão... O desejo. Porém, sabíamos que as luzes não tinham se apagado a toa, sabíamos que era ali, que seria naquele momento, e não tentamos fugir dele, pelo contrário, tentamos ficar conscientes, tentei acreditar que não era apenas mais um sonho, não agüentava mais sonhar.
Virei meu rosto lentamente, fui de encontro aos seus lábios, sentia minha alma sair de meu corpo e ir de encontro ao paraíso, e no fundo eu sabia que era exatamente o que eu estava fazendo.
Foi o melhor beijo que eu já dei na minha vida, parece que foi o primeiro. Novamente, eu era a criança amedrontada descobrindo o novo, dando o seu primeiro passo no escuro, tirando da minha mente que eu poderia me arrepender, e apenas deixando a certeza de que eu não esqueceria aquele dia pro resto de toda a minha vida.
Após tudo aquilo, que parecia completamente surreal, eu não quis dormir, fiquei com medo de acordar, e estar sonhando novamente... Mas acabei adormecendo.
Dia vinte e oito eu acordei, com a alma tranqüila, no fundo eu sabia que não fora somente um sonho, e se ainda estou neste sonho, não me importo, posso vivê-lo para o resto da minha vida.


domingo, 17 de abril de 2011

O Poeta

Queria ser poeta
Desde pequena
Pois poeta tem a liberdade
Que eu nunca tive.
A liberdade de dizer
E quem quiser que ouça
A liberdade da verdade
Sendo verdade ou não.
Poeta tem o dom
Mesmo que não escreva bem
Pois ele vê
O que ninguém mais quer ver.
A verdade dói,
Mas a dor faz parte da vida
Faz parte da ferida
Que nasceu na experiência.
Sempre quis viver
Escrever
Somente pra dizer que sou poeta,
Mas não sou nada.
Sou só criança quieta
Que fala muito...
Amedrontada.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Amor e ódio




Eu odeio os sistemas,
Odeio os preconceitos
A ignorância, a guerra,
A falsidade e as mentiras.

Eu odeio a vida
E tudo o que ela traz.

Eu odeio os meus problemas,
Odeio os meus defeitos,
A arrogância que me enterra.

Odeio a vida,
E tudo o que ficou para trás.

Hoje sei porque amor e ódio andam juntos,
Queria ter coragem de partir desse mundo
Mas há algo que me prende por iteiro,
Que me faz amar aquilo que eu odeio.

Te odeio porque te amo
E não me deixas partir.
Queria abandonar essa vida amarga
Mas teus olhos me prendem aqui.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Acredite no AMOR



Hoje eu tive um sonho estranho: Era uma noite escura e eu estava numa praia com alguns amigos conversando, o céu estava cheio de nuvens, enquanto conversávamos as nuvens foram sumindo lentamente, e pudemos ver a Lua. Ela estava grande e brilhante como nunca tínhamos visto antes. Mas enquanto observávamos a Lua, ela começou a crescer e crescer até que ela explodiu bem na nossa frente, e se transformou em vários pedacinhos, como se fossem milhares de estrelas. Aquilo nos chocou, então ficamos calados, observando e nossos olhos se encheram de lágrimas... Após 5 minutos, as nuvens voltaram e tamparam tudo novamente... Ficamos calados.
Após nos recuperarmos do que acabávamos de ver, um dos meus amigos que viu toda a cena parou e disse: “Isso é exatamente como o amor, surge mostrando toda a sua beleza e sem mais nem menos some, sem dar satisfação a ninguém, sem se importar com quem sairá decepcionado no fim”.
E eu discordando completamente acrescentei: “Isso é exatamente como o amor, basta mudar de forma e passar uma nuvem negra que as pessoas esquecem sua beleza e deixam de acreditar na sua existência”

E é isso o que fazemos, abandonamos a luta com muita facilidade, e a felicidade consiste em lutar pelas coisas que você ama, se pretende abandoná-las na primeira dificuldade, abandone, mas não reclame que nunca foi FELIZ de verdade.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

À Amizade




Amar é estar junto,
Mesmo quando distante.
Amar é contar tudo,
Mesmo que não conte.
Amar é crescer junto,
Um conhecer constante.
Amar é se entregar,
Até por um instante.

O amor é o equilibrio
De sintonia e desentendimentos,
Onde se compartilha com um olhar
Milhares de pensamentos.

Amando já sorri e sei que por ele ainda chorarei
Mas meus amores são pedaços profundos do meu ser.

E sei que por toda minha vida serei grata por tudo,
Por terem sido minhas estrelas neste céu escuro.

( Homenagem ao Dennis *-* )

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Estrangeiro



Já se passaram alguns anos,
Ainda fico na praia caminhando,
Olhando o céu, olhando o mar
Me perguntando coisas do passado.
Como se o céu infinito
Ou o vasto oceano
Fossem me dar as respostas.
Contemplo o céu
Tão distante,
Quando me canso de olhar
Meus pensamentos é que ficam distantes.
Eu já não sou mais daqui
Não sou de lugar nenhum.
Minha mente estava tão lúcida,
Hoje já não sei bem
Pois meus olhos ficaram tão vazios
Que já não enxergam mais ninguém.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Cinzas



Eu tentei ser algo,
mas você era tudo o que eu tinha.
Tentei te esperar,
até perceber que você não vinha.

Você era o fogo
que me consumia,
então você se apagou
e hoje sou apenas cinzas.

Lutei pra me reerguer
e não tive forças...

Minha força é você.

E depois que o fogo levou tudo
uma hora ele se apagou...
E dos destroços do passado,
eu sou a cinza que restou.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Doce Infância

Quando éramos jovens
tudo era mais doce.
Nas brigas, não existia ódio.
No amor, não havia malicia.

Quando éramos jovens
o mundo parecia ter mais cor,
tudo tinha mais sabor
e ninguém pensava na dor.

Quando se é criança
o mundo parece ser tão belo,
o sol mais amarelo
e qualquer lugar, imensidão.
Pois o mundo pra nós era alí
e nenhum problema iria surgir...
Tudo se resolvia com um sorriso.

Aonde se perdeu tudo isso?

Só me responda
se ainda és meu amigo...
Para onde vão as coisas belas
depois que a gente cresce?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Perdido



Quem sabe um dia ainda encontro
uma cura pra minha doença,
quem sabe um dia ainda compro
uma droga pra minha cabeça.

Talvez se ainda restar esperança
se ainda sobrar céu pra eu sonhar,
eu encontre algum lugar que eu pertença,
um chäo que eu possa caminhar.

Mas está sendo tudo tirado de mim:
Caminhos, amigos, destino... Enfim.

Alguns sonhos enterrados, alguns planos arruinados.
Só me resta esperar que haja um lugar
pros errados, mas coitado daquele que prefere acreditar
que a vida irá nos perdoar.