domingo, 22 de maio de 2011

27-02-2011


São tantas noites frias que se tornam quentes, noites que poderiam ter sido, assim como muitas outras, esquecidas no vazio imenso das coisas insignificantes.
Das poucas noites, frias e quentes, que não foram esquecidas, que não foram em vão, me recordo muito bem dessa, lembro de cada segundo, lembro de cada toque, lembro de cada olhar.
Era dia vinte e sete de Fevereiro de dois mil e onze, por volta de uma hora da manhã, estávamos numa pedra, estávamos na NOSSA pedra, na NOSSA praia, de baixo da NOSSA estrela. A cidade estava linda, iluminada, a praia estava linda, apagada, sendo iluminada apenas pela lua e pela luz dos prédios que nos assistiam.
Éramos somente nós ali, a sós, e quem passava pela calçada, simplesmente não existia.
Havia a tensão, como duas crianças esperando pelo primeiro beijo. O medo, a ansiedade, a pressão... O desejo. Porém, sabíamos que as luzes não tinham se apagado a toa, sabíamos que era ali, que seria naquele momento, e não tentamos fugir dele, pelo contrário, tentamos ficar conscientes, tentei acreditar que não era apenas mais um sonho, não agüentava mais sonhar.
Virei meu rosto lentamente, fui de encontro aos seus lábios, sentia minha alma sair de meu corpo e ir de encontro ao paraíso, e no fundo eu sabia que era exatamente o que eu estava fazendo.
Foi o melhor beijo que eu já dei na minha vida, parece que foi o primeiro. Novamente, eu era a criança amedrontada descobrindo o novo, dando o seu primeiro passo no escuro, tirando da minha mente que eu poderia me arrepender, e apenas deixando a certeza de que eu não esqueceria aquele dia pro resto de toda a minha vida.
Após tudo aquilo, que parecia completamente surreal, eu não quis dormir, fiquei com medo de acordar, e estar sonhando novamente... Mas acabei adormecendo.
Dia vinte e oito eu acordei, com a alma tranqüila, no fundo eu sabia que não fora somente um sonho, e se ainda estou neste sonho, não me importo, posso vivê-lo para o resto da minha vida.